*Rangel Alves da Costa
Ao se
referir a bola de neve, comumente a pessoa quer dizer que algo foi se
acumulando de tal forma que chegou ao ponto de total descontrole. Um grão
apenas que se descontrola e, ao desembocar adiante, já está uma bola, depois
uma rocha, despencando cada vez mais forte, caindo, caindo, até não restar mais
por onde rolar. O problema é que o grão não vai criando problemas apenas para
si mesmo, se descontrolando e trazendo consequências somente para si, mas para
muitos. Todos são afetados pela sua passagem, a sua queda, o seu arrasamento.
Assim também com as pessoas. Os vícios são bolas de neve que nascem como
experimentos e vão viciando, acumulando dores e problemas, chegando ao ponto de
insustentabilidade. E sofre a pessoa, seus familiares e amigos. As compras e as
dívidas descontroladas são bolas de neve, principalmente no cartão de crédito,
pois chega o instante que tanto crescer a pessoa perde o crédito e ainda fica
com o nome sujo e dívidas impagáveis. A paixão cega é uma bola de neve
perigosíssima e com as mais danosas consequências, principalmente para aquele
que não deseja se submeter ao querer doentio do outro. A corrupção é uma bola
de neve que sai dos birôs, invade gabinetes, depois secretarias e ministérios,
governos e governantes, políticos e partidos, e depois resulta nessa vergonhosa
situação de agora, onde a maioria dos políticos e governantes estão enlameados
até os cabelos. E assim as bolas de neve vão acontecendo. Uma coisinha simples,
insignificante, mas que se transforma em algo incontrolável. Assim muito na
vida e em tudo que acontece sem controles e sem limites. Assim todas as vezes
que o medo de dizer não vai deixando que o sim nefasto simplesmente aconteça.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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