*Rangel Alves da Costa
Ninguém
está imune aos desejos, aos impulsos e pulsações, às vontades, às quedas. Não
há celibato, beatismo, promessa ou voto de castidade que impeça o afloramento
dos desejos. Não há moral, ética, virtude ou conservadorismo que refreie os
impulsos. Não há negativa, juramento ou reclusão que possa afastar do corpo e
da carne a sua expressão em prazeroso desejo. Não há como negar o desejo
sexual, não há como esconder a fome da carne, não há como dizer não ao
instinto, ao que afogueia por dentro e a tudo abrasa. Pecado? Não, normalidade
humana. O sexo é próprio do ser humano, a busca do prazer sexual também. A
carne nunca se anestesia de tal modo que não desperte em alguns instantes, que
não cobre da pessoa a necessidade de ter, de se dar, de compartilhar prazer,
ainda que solitariamente. Aquele recluso em monastério não está imune nem
descontaminado do desejo sexual. Aquela que está recolhida em convento sente o
mesmo fogo sentido pela moça da rua. O sacerdócio não consegue esconder o seu
voto, está mais que comprovado. São sede e fome que abarcam a todos,
indistintamente. Logicamente que a pessoa procura controlar seus impulsos, suas
vontades, mas nunca se distancia completamente do desejo sexual. E tantas vezes
com volúpia, lascívia, pecaminosidade. Ou pelo simples desejo de ter seu prazer
aflorado.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário