SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sábado, 11 de junho de 2016

Palavra Solta - desejos que afloram


*Rangel Alves da Costa


Ninguém está imune aos desejos, aos impulsos e pulsações, às vontades, às quedas. Não há celibato, beatismo, promessa ou voto de castidade que impeça o afloramento dos desejos. Não há moral, ética, virtude ou conservadorismo que refreie os impulsos. Não há negativa, juramento ou reclusão que possa afastar do corpo e da carne a sua expressão em prazeroso desejo. Não há como negar o desejo sexual, não há como esconder a fome da carne, não há como dizer não ao instinto, ao que afogueia por dentro e a tudo abrasa. Pecado? Não, normalidade humana. O sexo é próprio do ser humano, a busca do prazer sexual também. A carne nunca se anestesia de tal modo que não desperte em alguns instantes, que não cobre da pessoa a necessidade de ter, de se dar, de compartilhar prazer, ainda que solitariamente. Aquele recluso em monastério não está imune nem descontaminado do desejo sexual. Aquela que está recolhida em convento sente o mesmo fogo sentido pela moça da rua. O sacerdócio não consegue esconder o seu voto, está mais que comprovado. São sede e fome que abarcam a todos, indistintamente. Logicamente que a pessoa procura controlar seus impulsos, suas vontades, mas nunca se distancia completamente do desejo sexual. E tantas vezes com volúpia, lascívia, pecaminosidade. Ou pelo simples desejo de ter seu prazer aflorado.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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