Na margem do rio
Estou novamente na margem do rio
esperando que as mesmas águas de ontem
apareçam na curva e venham novamente
molhar os meus pés e acabar de refletir
minha imagem que está sem feição
Certamente as mesmas águas virão
porque ainda sou o mesmo de ontem
e a correnteza que passou por aqui
prometeu retornar ao entardecer
para enxugar as lágrimas e levar a solidão
Estou na margem pacientemente esperando
desde o amanhecer que retornei ao caminho
mas somente vejo trilhas azuis desconhecidas
de águas novas que chegam e passam sedentas
e nem buscam a margem para falar comigo
e dizer que entre e me banhe
e dizer que me renove com elas
porque as águas não voltam ao lugar
porque é a vida que deve voltar.
Rangel Alves da Costa
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