*Rangel Alves da Costa
Se a televisão, principalmente através das
novelas, quer mostrar o mundo real, comprovado está que a realidade do mundo
está depravada, permissiva, nojenta, pornográfica demais. Há explicitude na
violência, na nudez, no sexo, na traição, nas chantagens, nos desavergonhamentos
da vida. Tudo parece ser feito para a tela do cinema, com indicação de proibido
para menores de dezoito, mas mostrado as oito ou nove horas da noite, na sala,
na cozinha, em qualquer dependência da casa, e onde famílias estão reunidas.
Então fico imaginando um pai e uma mãe compartilhando com filhos menores aquela
visualização de cenas pornográficas. O pior é que de vez em quando os filhos
querem saber mais dos pais, ali mesmo na sala, enquanto assistem as safadezas. O
que dizer, então, aos filhos, ante as cenas tão banalizadas de sexo? Como
explicar que as coisas acontecem assim mesmo? Ou vai dizer que nada daquilo
existe e que é somente invenção de novela? Mas não dá para fugir às perguntas,
não dá para mentir. Ninguém acredita mais naquela história da cegonha. E assim,
a cada noite, mais uma lição de sexo, de pornografia, de safadeza. E tudo vai
criando um modismo, uma necessidade de se fazer também, cujas consequências são
as mais desastrosas. E assim porque os capítulos da vida real são sempre diferentes,
dolorosos, traumatizantes.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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