*Rangel Alves da Costa
A pintura conhecida como natureza-morta,
aquela onde geralmente se avista jarros floridos sobre mesas antigas, taças
esquecidas sobre madeiras, garrafas e louças empoeiradas, objetos estáticos e
esquecidos num canto qualquer, sempre traduzem feições aflitivas à alma. Mesmo
pinturas floridas, de cores vivas e pujantes, ainda assim revelam tristezas e
desolações. Como bem indica o próprio nome, ali uma natureza-morta. Não significando
a natureza da fauna e da flora, das paisagens e ambientes, dos seres que nela
habitam, mas a natureza humana. E que morta está por que em latência de
vivacidade, de alegria, de júbilo, de felicidade. E que morta está também por
que em estado de silêncio, de solidão, de tristeza profunda. Então, que se
imagine uma pessoa retratada numa tela de natureza-morta. Ela estará
representada, por exemplo, no vaso florido sobre a mesa. O que importa é a
sensação passada pelo pintor, pois o vaso e as flores com aparências antigas,
esquecidas, abandonadas, em meio ao silêncio e à solidão.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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