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terça-feira, 19 de julho de 2016

Palavra Solta – natureza-morta, com flor e solidão


*Rangel Alves da Costa


A pintura conhecida como natureza-morta, aquela onde geralmente se avista jarros floridos sobre mesas antigas, taças esquecidas sobre madeiras, garrafas e louças empoeiradas, objetos estáticos e esquecidos num canto qualquer, sempre traduzem feições aflitivas à alma. Mesmo pinturas floridas, de cores vivas e pujantes, ainda assim revelam tristezas e desolações. Como bem indica o próprio nome, ali uma natureza-morta. Não significando a natureza da fauna e da flora, das paisagens e ambientes, dos seres que nela habitam, mas a natureza humana. E que morta está por que em latência de vivacidade, de alegria, de júbilo, de felicidade. E que morta está também por que em estado de silêncio, de solidão, de tristeza profunda. Então, que se imagine uma pessoa retratada numa tela de natureza-morta. Ela estará representada, por exemplo, no vaso florido sobre a mesa. O que importa é a sensação passada pelo pintor, pois o vaso e as flores com aparências antigas, esquecidas, abandonadas, em meio ao silêncio e à solidão.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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