*Rangel Alves da Costa
Ninguém está seguro em lugar algum. Significa
dizer que a insegurança generalizou-se de tal modo que agora é o medo que se
alastra por todo lugar. Não adianta andar armado, não adianta muro alto, não
adianta escolta, não adianta segurança particular, não adianta se esconder
debaixo da cama, não adianta fazer do lar uma fortaleza medieval. Não adianta
nada porque a bandidagem age vencendo qualquer obstáculo e utilizando até um
verdadeiro aparato de guerra. Os assaltos a bancos, estourando caixas, são
cinematográficas, coisas de não acreditar que assim pudesse realmente
acontecer. Escalam-se muros de cinco metros, entram por telhados, destroem
foros e lajes, passa por cima de cercas elétricas, cavam túneis até chegar onde
desejam roubar. Ninguém pode estar com um celular à mão, ninguém pode virar uma
esquina, ninguém pode mais sentar numa calçada para conversar. Num segundo e o
marginal já chega com arma apontada. Roubam galinhas, animais, calcinhas nos
varais. Os aposentados se tornaram vítimas potenciais a cada início do mês.
Acaso residam nas distâncias interioranas, além de perderem o tantinho que
recebem ainda são maltratados. Outro dia, deram à mão a uma viatura policial e
depois assaltaram as armas. E fugiram com o carro, de sirene ligada. Tá bom ou
quer mais?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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