*Rangel Alves da Costa
As coisas mais simples e singelas são,
verdadeiramente, as que mais encantam, emocionam e cativam. A beleza não está
num carro de luxo, numa roupa de grife, numa casa de arquitetura perfeita ou no
brilho da joia. Quem já observou um jardim ao amanhecer conhece a felicidade
dos olhos. Quem abre uma janela e se depara com aves em arribação sabe muito bem
o que faz encantar a vida. Quem encontra no mato uma copa repleta de doces
frutos haverá de saber que não há visão igual. Quem sobe ao monte para
contemplar o pôr do sol ali também encontrará o mistério divino da vida. E a
chuva caindo, e a chuva batendo na vidraça, e os pingos d’água cantando a mais
bela canção? E a lua bela, a lua grande, imensa, cheia, repleta de poesia e de
amor? E a saudade boa, a nostalgia doce, a recordação fecunda, relembranças que
tanto alimentam a alma? Precisamos somente de coisas assim. Nossas almas
necessitam somente de coisas assim. Que o luxo maior da existência seja o
contentamento com as inusitadas perfeições da natureza. Que o nosso maior
prazer seja dialogar, prazerosamente e em silêncio, com o orvalho que há em
tudo que admiramos. Assim como um prece, assim como um Deus que avistamos na
nuvem!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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