*Rangel Alves da Costa
Os ouros conseguidos até agora foram poucos,
pouquíssimos. Apenas cinco. Fora a incansável luta do sempre desacreditado
Diego Hipólito, com sua medalha de prata, as demais medalhas surgiram com
atletas praticamente desconhecidos. Na sua maioria desconhecidos e vindos de
uma realidade difícil, de pobreza e dura luta pela sobrevivência. É como se o
ouro viesse da lata, da panela e do prato de estanho entortados de uso. Mas
conseguiram. Com humildade, força e tenacidade, foram estes que conseguiram
corresponder às esperanças brasileiras. Na outra ponta, onde a mídia dava como
pódio certeiro, tudo foi por água abaixo. A seleção feminina passou dois jogos
sem marcar um só gol. Quando marcou, já havia levado dois. E nem bronze. Sem
citar nomes, alguns atletas de ponta, ante suas pífias participações, sequer
são relembrados. Nada do ouro tão esperado. As esperanças no boxe e no salto
resultaram em nada, ao menos naqueles nomes favoritos. Mas é assim mesmo. Ainda
faltam algumas, e talvez duas ou três medalhas douradas ainda surjam. Mas
Isaquias, o baiano pobre, vai buscar a terceira medalha, com certeza. Então o
menino da lata, do copo de plástico e do prato de estanho, brilhará muito mais
do que mil medalhas de ouro.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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