SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



sábado, 20 de agosto de 2016

Palavra Solta - nossos ouros, nossa latas


*Rangel Alves da Costa


Os ouros conseguidos até agora foram poucos, pouquíssimos. Apenas cinco. Fora a incansável luta do sempre desacreditado Diego Hipólito, com sua medalha de prata, as demais medalhas surgiram com atletas praticamente desconhecidos. Na sua maioria desconhecidos e vindos de uma realidade difícil, de pobreza e dura luta pela sobrevivência. É como se o ouro viesse da lata, da panela e do prato de estanho entortados de uso. Mas conseguiram. Com humildade, força e tenacidade, foram estes que conseguiram corresponder às esperanças brasileiras. Na outra ponta, onde a mídia dava como pódio certeiro, tudo foi por água abaixo. A seleção feminina passou dois jogos sem marcar um só gol. Quando marcou, já havia levado dois. E nem bronze. Sem citar nomes, alguns atletas de ponta, ante suas pífias participações, sequer são relembrados. Nada do ouro tão esperado. As esperanças no boxe e no salto resultaram em nada, ao menos naqueles nomes favoritos. Mas é assim mesmo. Ainda faltam algumas, e talvez duas ou três medalhas douradas ainda surjam. Mas Isaquias, o baiano pobre, vai buscar a terceira medalha, com certeza. Então o menino da lata, do copo de plástico e do prato de estanho, brilhará muito mais do que mil medalhas de ouro. 


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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