*Rangel Alves da Costa
Coisas simples existem que são grandiosas
demais ao coração. Contudo, certamente na dependência da sensibilidade de cada
um, da perspectiva em captar significados naquilo que aparentemente é
insignificante. Um entardecer de janela, com brisa perfumada soprando, ventania
balançando palhas de coqueiros, ondas se confrontando com pedras do cais e lá
em cima, bem no alto, a revoada rumo ao horizonte. Uma vidraça entre o olhar
tristonho e a chuva caindo lá fora. Uma mão que lentamente percorre a vidraça
embaça e vai desenhando corações, nomes, poesias. Um olhar que procurava
divisar feições além da turbidez, que procura ir adiante da chuva, que imagina
um lábio molhado ao alcance da boca. Uma noite, uma noite de lua cheia. Em tudo
a saudade, a vontade de ter, uma desesperada poesia no coração. Quer voar, quer
ser estrela e partir. Mas adormece triste para acordar com borboletas voejando
ao redor. E após a janela a florzinha nascida na madrugada. Um sorriso, enfim,
E a felicidade, a felicidade.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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