*Rangel Alves da Costa
O ser humano nunca foi nem nunca será ele,
unicamente, em si mesmo. E assim por que está dividido em muitos, em vários,
diversos. A feição é uma só, a exteriorização é uma só na face, no andar, no
olhar, no sorrir, mas muito diferente quando considerada a sua interiorização.
No interior humano estão verdadeiros labirintos onde se ocultam anjos e feras,
flores e espinhos, calmarias e tempestades. Tudo se mantém em repouso, em
vigília, até que o instante chame à ação. E de dentro, repentinamente, irrompe
a caracterização humana em determinado instante. A pessoa silenciosa logo
grita, a pessoa embrutecida logo se acalma. E tudo num jogo perigoso, difícil
demais de ser entendido e aceito pelos demais. É que estes não esperam que o
monstro esteja escondido no médico, que o pacífico oculte o ser violento e
voraz. Por isso mesmo que é preciso muito cuidado com o ser humano: atrás do
seu jardim há um labirinto. E também muito da pessoa consigo mesma, pois tem de
saber domar seus instintos mais íntimos e preservar as percepções desejadas
perante os outros.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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