Um
fauno triste
Eu era um rei com reinado
por amor enveredei em labirinto
e pelos inimigos fui castigado
com veneno derramado em absinto
mas qual o pecado de um rei amar
dividindo o seu reinado com o amor
sem jamais da nobreza descuidar
e tendo na vida o prazer e o sabor?
a inveja e a discórdia são veneno
que se esconde no cálice do amor
e ao beijar o vinho tão leve e sereno
o rei se transforma em fauno e pavor
hoje sou um fauno triste a vagar
um resto de rei numa parte animal
com lágrimas de solidão para semear
e padecendo a dor de qualquer mortal.
Rangel Alves da Costa
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