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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Um fauno triste (Poesia)



Um fauno triste


Eu era um rei com reinado
por amor enveredei em labirinto
e pelos inimigos fui castigado
com veneno derramado em absinto

mas qual o pecado de um rei amar
dividindo o seu reinado com o amor
sem jamais da nobreza descuidar
e tendo na vida o prazer e o sabor?

a inveja e a discórdia são veneno
que se esconde no cálice do amor
e ao beijar o vinho tão leve e sereno
o rei se transforma em fauno e pavor

hoje sou um fauno triste a vagar
um resto de rei numa parte animal
com lágrimas de solidão para semear
e padecendo a dor de qualquer mortal.


Rangel Alves da Costa

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