*Rangel Alves da Costa
As ruas traduzem as realidades. Não do mundo,
mas das pessoas. As tristezas das ruas são as tristezas das pessoas. O
desencanto das ruas é o desencanto das pessoas. A pessoa é a alma, o sopro, a
existência das ruas. Se a pessoa some, a rua silencia, entristece, esmorece,
adormece. Se a pessoa canta, a rua também se alegra, cantarola, festeja. Se a
pessoa apenas passa pela rua, então a rua parece inexistir. As pessoas nem
sempre imaginam que seja assim, mas as ruas necessitam que as pessoas
correspondam aos seus anseios. Pessoas que passam cabisbaixas, solenemente taciturnas,
com feições de preocupação, acabam transmitindo negatividade aos ambientes, aos
espaços, aos logradouros. As ruas gostam de sorrisos, de passeios contentes, de
diálogos afetuosos, de braços dados e ternuras em cada passo. As ruas desejam
que as pessoas não joguem lixo ao chão, não as transformem em imundícies, que
preservem sua vida. Por que a vida é caminho, sempre há de seguir, de passar
pela rua. E ela deseja que cada um vá sem pressa rumo à felicidade.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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