*Rangel Alves da Costa
Quero abraçar, preciso beijar sua mão. Talvez
um abraço apertado, um afago, um cafuné. É o amor, é a saudade, é a vontade de
reencontrar. Seguir pela estrada e chegar à porta de qualquer um, de qualquer
pessoa, estranha ou conhecida, e sorrir um sorriso perfeito, fiel e verdadeiro.
E perguntar como vai, como tem passado, dizer da saudade imensa que estava
sentindo. Ora, mas haveria de perguntar por que o sorriso, o abraço, o beijo na
mão, o afago, em pessoa desconhecida ou que não tem costume de visitar. Mas é
que deu saudade, e pronto. Saudade de todo mundo, de toda pessoa, de toda cor,
de todo sexo e idade. Saudade de uma velha moradora nas lonjuras do mundo,
saudade de um moço que sobe em cavalo a galopar, saudade da criança que corre
atrás de bola de meia, saudade do velho que abraça o vento enquanto fala
sozinho. Saudade de quem sente saudade e também de quem nunca sentiu. Saudade
do doido com pedra à mão e que ameaça jogar em quem chega sentindo saudade.
Saudade daquela mocinha triste ao entardecer na janela. Todo mundo irei
encontrar, pois sinto saudade de todo mundo. Só peço que não me negue um
sorriso, um abraço, um aperto de mão. Levarei notícias boas, pois direi que os
cordiais corações ainda existem.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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