*Rangel Alves da Costa
É possível, sim, construir uma ponte entre o
agora e a eternidade. É plenamente concebível estender o passo de agora até o
infinito e além. Tudo é possível. Contudo, antes de fincar o primeiro grão de
alicerce, a pessoa há de se perguntar a si mesma: o que sou, o que faço, o que
pretendo ser enquanto memória quando não estiver mais aqui? E ainda: o que sou
e o que faço são suficientemente dignos para que mais tarde eu seja recordado
pelo que fiz? E não somente isso, pois: como estátua que se perpetua dignamente
numa praça e o seu nome é sempre honrado, será que eu mereceria uma estátua na
memória daqueles que comigo conviveram? Das respostas estará a sentença de
apenas viver ou de ter estar vivendo de forma que mereça a eternidade. Verdade
que é impossível viver eternamente, mas a memória digna se eterniza feito pedra
sagrada. Desse modo, construir a ponte entre o agora e a eternidade significa,
antes de tudo, viver o seu tempo de tal modo promissor que jamais seja
esquecido pelos que ficam e pela memória dos tempos. E dizer, por fim: quem
semeia a boa semente não será reconhecido apenas numa safra, mas pela raiz que
bondosamente prospera de modo imorredouro.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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