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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Palavra Solta - de amores e outras dores


*Rangel Alves da Costa


Para doer, fazer sofrer, afligir, as dores não necessitam somente das doenças tão conhecidas. Dores outras existem que doem mais que enxaquecas, reumatismos, torcicolos, luxações, distensões musculares. Até mesmo mais que as mais terríveis das dores. Contudo, de modo silencioso, persistente, sem que haja remédio de bula que dê jeito. Também não surgem em lugares específicos, em pontos do corpo, ao redor dos ferimentos, pois parecendo espalhadas por todo lugar, principalmente na mente e no coração. Quem já sentiu a dor da saudade, profunda e inalcançável, sabe muito bem quanto dói sofrer assim. Quem sentiu a dor de um adeus inesperado conhece muito bem quanto sofrimento provocado por uma partida jamais desejada. Quem já amou e sofreu por amor, certamente se vitimou das terríveis aflições causadas por dores na alma, no coração, no pensamento, no olhar, por todo lugar. E não há remédio imediato, não há receita que crie esperança de cura. As dores permanecem até que o tempo chegue em auxílio do padecente e faça do sofrimento uma esperança boa. Contudo, situações há que elas nunca desaparecem completamente. A dor da saudade, por exemplo, vive fincada na mente e sempre ressurge nos instantes mais inesperados. Bastando uma canção, um entardecer, um silêncio da noite.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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