*Rangel Alves da
Costa
“Ponta de
faca”, eis o nome de uma letra e música de Nenéo que todo mundo deveria ouvir
ao menos uma vez na vida. Não somente ouvir, mas também refletir, meditar
demoradamente, acerca da condição humana, da existência e do quanto somos ou
pensamos que somos.
Recordem,
pois é aquela que diz assim:
“Eu queria
saber o que faço e agradar o mundo,
se preciso
dar murro em ponta de faca ou não,
se não
devo parar os meus passos à beira do abismo,
para ter
uma estátua na praça ele era tão bom...
Da vida
não levo nada do jeito que a vida vem
depois de
fechar os olhos não adianta ser alguém.
Da vida
não levo nada, do jeito que a vida vem
depois de
fechar os olhos eu não sou ninguém,
depois de
fechar os olhos eu não sou ninguém
E me vejo
parado perdido nas coisas do mundo,
eu as
vezes duvido que o povo tenha a voz de Deus,
é que
homem às vezes se sente mais realizado
se ao
invés de dizer parabéns ele fala coitado!
Da vida
não levo nada, do jeito que a vida vem,
depois de
fechar os olhos não adianta ser alguém.
Da vida
não levo nada do jeito que a vida vem
depois de
fechar os olhos eu não sou ninguém
Da vida
não levo nada, do jeito que a vida vem,
Depois de
fechar os olhos não adianta ser alguém”.
Já escrevi
sobre essa música noutra oportunidade, mas seus ensinamentos me fazem retornar
ao contexto. Ora, continuo me indagando sobre o que sou e o que me poderia
fazer imaginar ser maior ou mais importante que qualquer outra pessoa. O que a
vanglória soma ao coração egoísta, soberbo, vaidoso, arrogante?
O que
somos senão dadivosos de uma vida que não nos pertence, senão ao próprio
criador? Este ouro, esta prata, este metal brilhoso, esta moeda tanta, este
peito embevecido de poder e riqueza, que serventia terá quando a terra chamar à
verdade?
A vida, a
vida o que é? É o anel no dedo, é o carro bonito, é a conta bancária, é o
fausto e a bonança? Não. A vida é fraternidade, é compartilhamento, é
humildade, é reconhecimento, é valorização do próximo. Ademais, ninguém leva ao
túmulo a riqueza, senão aquela de ter sido de bondoso coração enquanto viveu. E
mais fácil será ser alcançado pela mão do Senhor.
“E me vejo
parado perdido nas coisas do mundo, eu às vezes duvido que o povo tenha a voz
de Deus, é que homem às vezes se sente mais realizado se ao invés de dizer
parabéns ele fala coitado!”; “Da vida não levo nada, do jeito que a vida vem,
depois de fechar os olhos não adianta ser alguém. Da vida não levo nada do
jeito que a vida vem depois de fechar os olhos eu não sou ninguém”.
Então
deixemos de vaidades e egoísmos porque da vida não levamos nada. Depois de
fechar os olhos não adianta ter sido alguém. Faça, agora, por merecer o justo
reconhecimento, pois até a saudade traduz a nossa passagem terrena.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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