*Rangel Alves da Costa
A
execração virá pelo impeachment mesmo. Dilma preferiu assim, e que assim seja.
Como diz o ditado, quem faz aqui é aqui mesmo que há de prestar contas. No caso
dela, será uma degolada que, quanto mais a lâmina afiada for cortando tudo,
mais ela imaginará ser uma cócega passageira. Não quer cadeira elétrica,
enforcamento ou injeção letal, pois prefere a insanidade, a completa loucura,
para fantasiar um mundo irreal: “Eu não vou ser derrubada porque não fiz nada,
eu não vou perder o poder porque fui eleita pelo povo, eu não roubei, não
matei, não fiz nada. Só acabei com o Brasil, com uma nação inteira, mas isso
não há de ser nada. O povo sempre esquece ou perdoa quem lhe tira a educação, a
saúde, a segurança, o trabalho, a perspectiva de vida. Fui a melhor presidente
que já existiu, a mãe dos pobres, a humilde e benévola Dilma. Sou quase uma
santa, para dizer a verdade. Por isso que não saio daqui de jeito nenhum, nem
se quiserem força minha retirada. Eduardo Cardozo disse para eu não sair, Lula
também, então não saio de jeito nenhum”. Então chega o algoz e diz que a
guilhotina já está pronta, pois o Senado vai aprovar seu afastamento e a
derrocada final é dada como certa. E ela, como se pronunciando as últimas
palavras de uma condenada, indaga: “Por que essa guilhotina, essa lâmina
afiada? Fiz meus cabelos agora e não vai ter golpe, não vai ter golpe, não vai
ter golpe...”.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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