*Rangel Alves da Costa
A tropa
artística de elite, aquela mesma que tanto defendeu os descalabros do governo
Dilma e aproveitou de sua fama para alardear o lengalenga de um golpe
inexistente, agora brada, ruidosamente, contra a extinção do Ministério da
Cultura e a sua vinculação ao Ministério da Educação. Contudo, se indaga: a
quem serve ou a quem servia um Ministério da Cultura, que de cultura somente
agia através da Lei Rouanet para dar dinheiro fácil a renomados artistas?
Promoção cultural, apoio e incentivo às produções culturais, incentivo às
manifestações artísticas, nada disso era possível através do Minc. Enquanto se
contemplava artistas com o direito à captação de vultosas quantias, as
verdadeiras manifestações culturais viviam relegadas ao esquecimento, ao
desprestígio, ao abandono. Dinheiro garantido para grandes produções
cinematográficas, para shows de famosos, para eventos da elite, mas nem um só
centavo para, por exemplo, o reisado, o catumbi, o lambe-sujo, o pastoril, a
chegança. Dinheiro garantido para autores de fama forjada, mas nem um só tostão
para o escritor que necessita publicar sua obra. Projetos engavetados,
burocracias premeditadas, negativas constantes. Assim era a cultura do
ministério. Mas só para alguns, a maioria do verdadeiro promotor da cultura,
pois para outros, apadrinhados e escolhidos, tudo fácil demais. E envolvendo
muito dinheiro. Ninguém precisa de um ministério agindo assim. Era da fama, e
não da cultura.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário