*Rangel Alves da Costa
De repente
se ouve que vivemos num Estado Democrático de Direito, que alcançamos a
democracia a duras penas, que constitucionalmente é garantida a liberdade de
expressão, de participação popular e de, nos limites da lei, fazer ou deixar de
fazer o que bem entender. Assim, com todas as liberdades e tanta democracia,
inadmissível que o voto do cidadão continue sendo obrigatório. Ou vota ou lhe é
negado uma infinidade de direitos. E não há reforma política que se cogite em
dar um fim a essa imposição criminosa. Ora, é crime ser forçado a votar sempre
no menos pior ou em qualquer um. É crime forçar com que o cidadão, através de
seu voto, dê o aval à corrupção, à roubalheira, à falcatrua. É crime ordenar
que o sujeito entre numa fila seja para escolher um candidato ou mesmo votar em
branco. As pessoas têm mais o que fazer e não devem perder o seu tempo no falso
exercício da democracia. Que democracia é essa que obriga o cidadão a colocar
quadrilheiros no poder, a tornar um eleito num verdadeiro ladrão da coisa
pública. Uma democracia que se preze impõe regras rígidas aos candidatos, e não
como faz esse arremedo de país chamado Brasil que cria uma lei da ficha limpa e
depois permite que os ladrões encontrem brechas por todos os lados. O povo bem
que gostaria de lavar as mãos ante a incúria dos governantes e parlamentares,
mas não pode. E não pode porque foi forçado a escolher o que não presta para
gerir os destinos da nação.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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