*Rangel Alves da Costa
A
sensibilidade é aspecto biológico e comportamental dos mais importantes aos
seres humanas. Através dela há a floração dos sentidos, a compreensão da vida,
um olhar diferenciado para a realidade. O sujeito sensível melhor traduz o
mundo e a importância das pequenas coisas. Sente a dor do outro, chora a
lágrima do outro, chama para si a inquietude perante as dolorosas realidades.
Geralmente dizem que sensíveis são as pessoas de bom coração, aquelas mais
fraternas e compartilhadoras. E são assim mesmo. De repente, mesmo na
distância, gostariam de estar ao lado confortando, ajudando, acolhendo.
Contudo, o mundo de agora está tão brutal, tão bárbaro e doloroso, que até
mesmo a sensibilidade vai perdendo sua cordialidade caridosa. Deveras, difícil
mostrar-se sensível quando tudo clama ajuda, socorro, piedade. É como se a
sensibilidade se envolvesse tanto com o insensível que, aos poucos, também vai
perdendo sua razão de ser. Chorar por quem, por quantos, e onde? Estender a mão
a quantos? Sofrer o sofrimento de quantos? No mundo em que até as próprias
lágrimas vai secando pelos sofrimentos, não é fácil dividi-las com tantos
sofrimentos espalhados por todo o lugar.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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