Rangel Alves da Costa*
Escrevo, escrevo, escrevo. Não me preocupo
que leiam ou não. Escrevo por mim e para mim. Escrevo por gosto, por prazer,
por abnegação, por necessidade mental e espiritual. Não há nem um só dia sem
uma linha, como já disse o outro. E é assim que eu faço. Todos os dias o que
faço é escrever. Escrevo, escrevo, escrevo. Outro dia um leitor – dos
pouquíssimos que lançam um olhar à minha escrita – afirmou que eu não me
incomodo de apenas escrever mesmo que não haja leitores. Acertou em cheio, pois
é assim mesmo que penso e faço. Simplesmente escrevo e pronto, por mim, para
mim, para a minha realização. Ora, se minha escrita sempre nasce de um ato
solitário de pensar e transpor ideias, não há nada errôneo que a escrita também
permaneça solitária. É solidão para a solidão, um escritor solitário que
escreve para a solidão da escrita. Acaso alguém se interesse por algum artigo,
crônica, poesia ou livro meu, tudo bem, pois uma porta foi aberta para que
outra vida compartilhe da solidão. Mas não haverá qualquer problema se o que
escrevo solitariamente permaneça trancado no quarto escuro das ideias
incompreendidas ou simplesmente vague embaixo de uma lua triste em meio ao
negrume da noite. Mas jamais errará o caminho, eis que a criatura sempre
retorna ao seu criador. E me contento em ser o único leitor do que
solitariamente escreve para a solidão.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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