Rangel Alves da Costa*
A infância
é a etapa de vida mais bela e mais instigante. Todo menino ou menina se acerca
de um mundo só seu, com regras ditadas pela idade e pelos desejos tantos de
fazer, arriscar, tentar novamente. Ouve o conselho do pai, da mãe, do avô, da
avó, mas tudo muito difícil de ser obedecido, pois com ímpetos próprios que
negam as imposições. Menino saia da chuva, menina olhe o sereno, menino não
ande de pés descalços, menina não saia sozinha, menino não vai pra o meio do
mato, menina não dê banho na sua boneca de pano. E de repente está no meio da
chuva, do sereno, andando descalço, correndo pelos descampados, dando banho na
boneca, desgarrado nas distâncias, fazendo o que bem gosta. Toma chinelada na
bunda, apanha de palmatória, é colocado de castigo, chora, esperneia, se mostra
arrependido, promete nunca mais fazer asneira ou desobedecer, mas no dia
seguinte já começa a desandar no seu mundo. Como a pipa que voa ou a bola que
atravessa o campo e vai em direção ao varal, é quase impossível limitar a ação
da criança. Criança gosta mesmo é de brincar, de correr, de viver o seu mundo.
Para que amanhã o adulto não viva repetindo que deixou de fazer isso ou aquilo
quando criança, então o melhor mesmo é aproveitar enquanto a vida permite ser
apenas do mundo da infância.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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