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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Palavra Solta - fé nordestina


*Rangel Alves da Costa


Incomparável é a fé nordestina. Sua fé é tamanha que acaba criando uma religiosidade própria. Mesmo que a Igreja diga que não, pois falta o reconhecimento da beatificação, ainda assim o povo elege seus santos e os preserva nos corações e nos oratórios. O capuchinho e piedoso Frei Damião e o santo/político/coronel Padre Cícero Romão Batista é outro, sem falar num verdadeira colcha de beatos e beatas que são reverenciados com santidade. Até Antônio Conselheiro, na região baiana de Canudos, não deixa de ter igreja e devoção. Como observado, é uma religiosidade que foge aos cânones vaticanos para se expressar na fé maior. E certamente com resultados sempre positivos, pois os milagres continuam acontecendo e os devotamentos crescendo cada vez mais, mesmo que a modernidade vá retraindo a jovem crença. Mesmo que Nossa Senhora da Conceição, Santa Luzia ou outro santo seja o padroeiro de um rincão sertanejo, certamente que tal reconhecimento é dividido com os santos próprios. Não há nada que desvirtue uma crença assim moldada, eis que toda religiosidade acaba afluindo para a igreja e todo o céu é reverenciado como um só, em nome de Deus, dos santos e dos anjos, mas também do Padim Ciço, do Frei Damião, do Beato Pedro Batista e tantos outros.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

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