*Rangel Alves da Costa
Incomparável
é a fé nordestina. Sua fé é tamanha que acaba criando uma religiosidade
própria. Mesmo que a Igreja diga que não, pois falta o reconhecimento da
beatificação, ainda assim o povo elege seus santos e os preserva nos corações e
nos oratórios. O capuchinho e piedoso Frei Damião e o santo/político/coronel
Padre Cícero Romão Batista é outro, sem falar num verdadeira colcha de beatos e
beatas que são reverenciados com santidade. Até Antônio Conselheiro, na região
baiana de Canudos, não deixa de ter igreja e devoção. Como observado, é uma
religiosidade que foge aos cânones vaticanos para se expressar na fé maior. E
certamente com resultados sempre positivos, pois os milagres continuam
acontecendo e os devotamentos crescendo cada vez mais, mesmo que a modernidade
vá retraindo a jovem crença. Mesmo que Nossa Senhora da Conceição, Santa Luzia
ou outro santo seja o padroeiro de um rincão sertanejo, certamente que tal
reconhecimento é dividido com os santos próprios. Não há nada que desvirtue uma
crença assim moldada, eis que toda religiosidade acaba afluindo para a igreja e
todo o céu é reverenciado como um só, em nome de Deus, dos santos e dos anjos,
mas também do Padim Ciço, do Frei Damião, do Beato Pedro Batista e tantos
outros.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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