*Rangel Alves da Costa
O dia do
dia, como será? É um só dia, com o mesmo tempo, o mesmo relógio, mas com
feições diferentes. Contudo, também dorme, adormece, levanta, luta, se cansa e
repousa. As pessoas utilizam o dia como desejam, mas ele próprio, o dia, é
metódico demais e rotineiro. Ele sabe o tempo de anoitecer, de ser madrugada,
alvorecer, manhã, claridade, vermelhidão e penumbra. Também se encanta com o
primeiro cantar do galo, se alegra com a primeira alva que vai surgindo no
horizonte, faz festa com os sons da natureza e os cantos passarinheiros. Gosta
de café ao despertar e passear pelos campos ao amanhecer. Começa a sentir o
chamado à luta toda vez que o sol se faz mais forte e tudo se abre em cores de
cobre e de ferro. E vai passando o seu tempo ouvindo o relógio de ponto, o
apito do trem, a buzina, o ronco do motor, a voz em algazarra, o barulho
ensurdecer. Gosta quando os ânimos vão refreando e o entardecendo vai chegando.
Gosta do pôr do sol, de sua cor e de sua poesia. Faz versos de saudades e
despedidas e se prepara para a pouca luz. Recolhe-se porque também se cansa. E
cansado repousa. E sonha. E levanta para o novo amanhecer. Assim o dia do dia.
O mesmo, sempre. Cabe à pessoa aproveitá-lo instante a instante.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário