*Rangel Alves da Costa
As
eleições municipais se aproximam. Candidatos a prefeito e a vereador já
iniciaram seus trabalhos de convencimento. Mas tudo numa mentira tão deslavada
que vai além do razoável. As pessoas, agora vistas apenas como eleitoras, desde
muito esquecidas e relegadas ao abandono, agora são procuradas como seres de
suma importância. Nos rincões distantes, nas casinholas de fim de mundo, nos
casebres escondidos, agora a presença constante daqueles que se apresentam como
milagreiros, como verdadeiros salvadores da pátria. Nada levam para matar a
fome ou curar a doença, nada levam que conforte os desvalidos, mas não se
deixam acompanhar de promessas. Chegam abraçando, beijando, e prometendo.
Chegam alegres, contentes, e prometendo. Chegam como se fossem velhos amigos,
ou mesmo de parentesco distante, e sempre prometendo. E são extremamente
bondosas, cordiais, solícitas, pois não dizem não a nada e não há problema que
não possa ser solucionado. Mas somente depois da eleição. E por isso mesmo
precisam que votem nos seus projetos e nos seus planos de governança ou
vereança. Reis dos simulacros, das dissimulações, das mentiras, da cara de pau.
Eleitos ou não, aqueles povos visitados serão devidamente esquecidos. Aliás,
como sempre acontece.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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