Rangel Alves da Costa*
Nunca tive frescura com relação a comida.
Quer dizer, como de tudo. Gosto de buchada, de bife, de lombo, sarapatel, carne
frita, carne cozida numa mistura de boi e porco, feijoada, omelete, ovo frito,
carne do sol, tripa de porco, mocotó, fígado bovino, bucho de vaca, feijão
puro, arroz puro, baião de dois, carne de bode e de carneiro, qualquer coisa.
Contudo, não sinto nenhum apetite acaso a cozinha seja suspeita. Quer dizer,
não como em todo lugar nem comida preparada por qualquer pessoa. Como garantia,
gosto mesmo é de comer do que faço. E o que preparo é na medida da fome que
tenho. Por isso mesmo, acaso esteja faminto nem me preocupo em preparar uma
macarronada ou lasanha, guisado ou prato de forno, pois como qualquer coisa
mesmo. Sou apreciador – e guloso – do que estiver ao alcance. Como e me
satisfaço com ovos com salsicha, farofa de ovo, sardinha, feijoada enlatada, restos
de ontem ou do que reste guardado na geladeira, como até feijão saído da
geladeira ou arroz na mesma situação. Muitas vezes, junto tudo ao resto de
carne na panela, levo tudo ao fogão, mexo bem e depois despejo num prato fundo.
E tendo uma pimentinha ao lado, não penso nem duas vezes em comer com a mão
mesmo. Etiqueta pra mim é fome. Comida é qualquer coisa.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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