SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Palavra Solta: a lágrima que derramaste


Rangel Alves da Costa*


Talvez apenas uma lágrima, uma vertigem de água se debruçando sobre o rosto. Não precisa que compreendam nem a tua nem qualquer lágrima. As lágrimas não surgem para serem compreendidas, apenas sentidas. Assim, deixe que vejam tua lágrima como qualquer lágrima, como um fiozinho molhado que se deita sobre tua face, pois os verdadeiros motivos somente a ti cabem compreender. E sabes muito bem porque choras. Não sei, sequer imagino a motivação. O rio que me dói é oceano que a ti corrói, o leito que me destrói pode em ti apenas passar. Mas posso imaginar tua lágrima. Tudo no reflexo do que já senti, do que já sofri, do que já padeci, do que já me fiz tempestade e temporal. Oh como dói sofrer. Não há abismo mais profundo e mais emerso que o sofrimento. Conheço bem a nuvem de tua lágrima. E vejo-te em adeus, em instante de despedida, com lenço aberto à mão, dizendo não vá, não vá, não vá. E na curva do tempo tudo sumido. Não importa se ente querido, se ser amado, se a paixão que se foi. Nada importa. O que importa é a verdade na lágrima chorada, na lágrima que derramaste.


Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com

Nenhum comentário: