Rangel Alves da Costa*
A cobra serpente é uma das espécies mais
maldosas e estrategistas que existem. Não sei se exista um animal – talvez o
homem – mais ardiloso, vil, traiçoeiro. Pois bem. A cobra quando deseja lançar suas
garras peçonhentas sobre um calcanhar escolhido, pode passar uma semana, um
mês, mas ela não desistirá. O que ela faz? Simplesmente ronda a pessoa, procura
conhecer seus hábitos, principalmente por onde costuma caminhar, e depois
começa a armar sua tocaia, sua emboscada. A pessoa nem sabe, pois geralmente
caminhando despreocupada, mas nem imagina que está sendo vigiada. Isso mesmo. A
cobra se entoca nos tufos de mato da beira da estrada e ali permanece esperando
o melhor momento de dar o bote. O problema é que ela não imagina que o sujeito
pode mudar de estrada ou simplesmente não desejar mais passar por aquela
vereda. Mas ainda assim espera uma semana, um mês, um ano. E muitas delas,
depois de tanto esperar e nada acontecer, simplesmente se esganam, se mordem,
enlouquecem raivosas e morrem sequinhas. Conhece também muita gente que é
assim. Se não me engano, a vida sociedade é um verdadeiro covil.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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