De
sol a sol
Desperto ainda na madrugada
o galo me ajuda a fazer oração
depois acendo o fogão de lenha
e abro a porta desse meu sertão
tudo desperta no raiar do dia
o bicho de mato anda sem pressa
a natureza geme sua dor de secura
como se a vida cumprisse promessa
o horizonte além vive avermelhado
o barro da terra espanta a semente
a enxada enferruja sem nada cavar
da chuvarada nada se pressente
um dia e mais outro esperando chuva
dia após dia adivinhando a sorte
sendo profeta de um mundo sofrido
avistando a vida e negando a morte.
Rangel Alves da Costa
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