Rangel Alves da Costa*
Louco, doido, insano, maluco, desajuizado,
tanta denominação para o de pouco juízo, sem tino mental, sem as forças da
razão. Na verdade, há gente se passando por sadia que age como se louco fosse.
Por isso mesmo que o mundo está tomado de insanos, maníacos, desarvorados. Mas
a loucura mental pode ser domada pela própria natureza e, neste aspecto, muito
diferente daquela avistada na maior parte da sociedade. A loucura social nada
tem de compreensível, aceitável ou suportável. Diferente ocorre com a outra loucura.
Afirmo – ainda que possa ser chamado de insano – que a loucura mental
corresponde a um segredo envolto em poesia, em arte, ludismo, lirismo, a uma
canção triste de existência. Ora, o louco possui um contato com a lua e por
esta é enlaçada como uma grande paixão. O louco possui uma vida própria e tão
instigante que torna quase insignificante o viver do dito sadio ou racional. O
louco possui uma feição de verdade muito acima das pessoas normais. Ou é ou não
é, e quando seu pêndulo mental o leva da alegria à tristeza num instante, nada
mais é para mostrar os reais contrastes da existência. Sua fala sozinha, seus
inimigos invisíveis, seus amores inexistentes, seus desejos impossíveis, sua
canção silenciosa em cima da pedra, tudo para mostrar que ali vive o mistério
humano sem igual. E que somente ele compreende. E por isso mesmo que tanto quer
voar para ser pássaro de verdade.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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