Rangel Alves da Costa*
Poeta não é somente aquele que escreve
versos, que verseja em estrofes a sua visão de mundo e de sentimentos, mas
também todo aquele que leva no coração seu caderno de escrita. Um coração
envolto em humanismos, em sensibilidades, em compreensão intimista de mundo, em
compartilhamentos com as dores e as alegrias do próximo, também é um coração
poeta. E de poesia que nasce do poder de compreender e relacionar-se com as
verdades da vida, de sofrer o sofrimento do estranho, de comemorar a vitória do
estranho, de sorrir e chorar ante determinada situação. E muitos poetas existem
assim nesta vida, poesias nascidas em pessoas que se dedicam em servir, em
confraternizar com o próximo, em estar ao lado do necessitado nos instantes
mais difíceis, em servir apenas pelo prazer da dádiva. Corações bons são
poetas, avistam a vida de forma diferente, mais singela e significativa.
Corações bons escrevem seus versos ao lado do enfermo, perante o desvalido da
vida, na humilde ação que possa trazer conforto ao menos num instantes. São
pessoas dotadas de sentimentos tão belos e profundos que nenhum Neruda,
Cecília, Florbela, Shakespeare ou Drummond, se sobreporia na sua arte de amar a
vida, o homem e o seu mundo. Ainda que cheio de sofrimento e desprezado pela
maioria das insensibilidades mundanas. Eis que um coração poeta se reconhece
assim: pelo fraterno sentir e agir.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
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