Rangel Alves da Costa*
Uma pessoa talvez seja apenas uma pessoa. Ou
uma pessoa talvez seja apenas mais uma pessoa dentre as tantas pessoas do
mundo. Ou uma pessoa seja apenas a pessoa desconhecida ou que vem e que passa
ou que some na estrada e nunca se avista. Ou uma pessoa seja apenas um nome:
João, John, Johnny, Johan, Maria, Mary, Mari, Pedro, Peter, Pier... Ou uma
pessoa seja apenas uma face, um rosto apenas, apenas um olhar e uma feição. Ou
uma pessoa talvez seja apenas mais um, mais dois e tantos, dentre tantos
existentes que não se conhece ninguém. Ou uma pessoa seja apenas eu, seja
apenas você, ou seu pai ou sua mãe, ou seu irmão ou sua irmã, ou seu ex-amor.
Ou uma pessoa seja apenas um epitáfio, uma saudade, uma distância ou uma
oração. Ou uma pessoa talvez seja apenas aquilo que dizem, que falam, que
pensam, que creditam, que caracterizam. Ou uma pessoa seja apenas um ser
envolto em segredo e mistério, alguém cuja existência apenas se conhece. Ou
talvez uma pessoa seja o seu sobrenome, sua raiz familiar, seu potentado de
sangue, sua identidade, sua conta bancária ou sua riqueza. Tanto faz. Tanto faz
que a pessoa seja assim ou de outro modo, que esteja aqui ou ali, que seja do
que jeito que for. Ora, é pessoa, sempre será pessoa e jamais apenas uma
pessoa. Pessoa e tudo, pois gente, ser humano, com raça, sexo, cor, vida,
identidade. E uma pessoa assim, seja quem for, sempre será tudo para mim.
Poeta e cronista
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário