SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tanto medo... (Poesia)

Tanto medo...


Nunca tive medo da chuva
nunca pulei para não pisar em pedra
nunca temi brisa nem vento
nunca corri da chuva nem do sol
nunca tremi com a noite
nunca me arrepiei com o dia
nunca evitei o espelho do orvalho
nunca me enfeitei diante do espelho
nunca fugi da saudade na tarde
nunca fechei a porta para a luz
nunca tranquei a janela para o passarinho
nunca evitei dormir pelo sonho
nunca deixei de sonhar pelo pesadelo
nunca chorei pela fotografia
nunca deixei de olhar para trás
nunca deixei te amar
nunca deixei te amar
nunca deixei
nunca deixei
nunca
nunca
nunca tive tanto medo...


Rangel Alves da Costa

Um comentário:

Caca disse...

Seu poema (belo) me fez lembrar uma canção de Beto Guedes:

"O medo de amar é o medo de ser
Livre para o que der e vier
Livre para sempre estar onde o justo estiver

O medo de amar é o medo de ter
De a todo momento escolher
Com acerto e precisão a melhor direção

O sol levantou mais cedo e quis
Em nossa casa fechada entrar pra ficar

O medo de amar é não arriscar
Esperando que façam por nós
O que é nosso dever: recusar o poder

O sol levantou mais cedo e cegou
O medo nos olhos de quem foi ver
Tanta luz."
Abraços. Paz e bem.