Memória do corpo
Por um tempo na vida
trocou o alimento por prazeres
a volúpia fingiu saciar a sede
e o desejo era mesa farta
Houve um tempo que plantou
o que pensou ser o melhor a colher
e deixou a terra fértil no corpo nu
e semeou grãos de prazer
para que a entrega brotasse sem fim
Chegou um tempo na vida
em que a terra/sexo se cansou
o que tinha de fruto acabou
e a fome e a sede despertaram
na miséria do corpo que chegou
Chegou um tempo na vida
quando a beleza se enfeiou
e precisou de esmola para viver
desejou somente ter um abraço
deram a solidão como sobremesa.
Rangel Alves da Costa
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